Depressão, não é frescura

Por: Coordenadoria de Relações Públicas | Em: 10/05/2018

Embora a depressão seja um assunto delicado e complexo, entender o que acontece e como funciona a doença, é fundamental para o bem-estar próprio e de quem está ao seu redor. Especialista taxam o transtorno psiquiátrico como o mal do século, e mesmo assim, muitas pessoas com uma ideologia sustentada pelo senso comum, insistem em confundir tal problema com “frescura”.

É necessário falar sobre a depressão, quebrar esterótipos e acabar com quaisquer dúvidas sobre um tema tão delicado que merece nossa atenção. A Psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil e Adulto de Francisco Morato, Flávia Moreira Dos S. Neto, Especialista em Saúde Mental, atua na área há cinco anos e esclareceu os principais tópicos sobre o assunto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença afeta 4,4% da população mundial (322 milhões) e 5,8% dos brasileiros(11,5 milhões). A faixa etária que sugere mais atenção, varia entre 15 e 29 anos, porém, após os 75 anos a depressão também pode ganhar força devido a uma combinação de fatores.
A fase de transição para a adolescência é um período delicado e atrelado à pressão social e/ou de familiares, colaborando para a alta taxa de depressão entre os mais jovens. “Hoje, vivemos em um mundo totalmente imediatista, onde tudo é para ontem, podendo causar conflitos internos e muita angústia. Há uma exigência exagerada referente às escolhas e certezas que as pessoas devem ter em tudo que se propõem fazer e não devem falhar. Certamente isso gera grandes expectativas para algumas pessoas que têm dificuldades de lidar com possíveis frustrações”, disse a Psicóloga.

Adultos também se deparam com o quadro depressivo e o julgamento por isso é assustador. A sociedade não sabe lida com o desconhecido e costuma tirar conclusões sobre situações e atitudes das pessoas com base nas impressões, e assim, acontecem os julgamentos infundados. A Depressão, não grita e nem conversa, é silenciosa. E o seu diagnóstico não é simples, sendo fundamental atentar-se aos seguintes sintomas.

Mudança de humor, envolvendo tristeza frequente; Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas; Sentimento de culpa injustificada, medo e insegurança; Pensamentos negativos e pensamentos de morte ou suicídio; Pertubação de sono e apetite, entre outros sintomas. É importante ressaltar que não existe uma determinada classificação ou escala, um sintoma complementar o outro, como uma construção.

Para a Psicóloga, esses sintomas são sinais de alertas e sinalizadores de atenção, especialmente, para quem faz parte do cotidiano do indivíduo. “É possível que quem esteja mais próximo perceba as modificações comportamentais”, ressalta.

Outra impressão equivocada que as pessoas têm, é ligar o suicídio à depressão. O que não é certo. Nem toda pessoa com depressão cometerá suicídio e menos de 4% que sofrem da doença, tiram a própria vida.